11/04/2012 Bullying e Preconceito

Sexo é bom. Sexo é muito bom

Por Keka Demétrio

Outro dia falei para Edu Soares que meu próximo texto seria sobre sexo, mas que estava sem inspiração. Ai veio a incredulidade em forma de pergunta: Você, Keka Demétrio, sem inspiração para falar sobre sexo?? Fui lendo e rindo, e a inspiração foi surgindo, porque me lembrei que nem sempre foi tão fácil falar sobre sexo, assim como não deve ter sido para a maioria das mulheres. Hoje em dia, não vejo problema algum em falar sobre o assunto, aliás, gosto bastante do tema.

Alguns anos atrás, mulheres falando sobre sexo era uma raridade, na verdade trocávamos algumas impressões e informações com as amigas mais chegadas e só. Era preciso descobrir por outros meios e pelas experiências. Porém, descobrir, buscar conhecimento, é uma coisa, porque conhecer nosso corpo e descobrir o prazer é um buraco bem mais embaixo. Sem trocadilho.

Como nos libertarmos de uma hora para outra da educação rígida e dos tabus a que fomos condicionadas desde a infância, quando sequer meninos e meninas podiam brincar juntos? E se essa menina estivesse acima do peso e além da rigidez da educação ela ainda tivesse sua autoestima abaixo de zero, como agir e reagir a isso tudo? Como faze-la acreditar que poderia se tornar uma mulher linda, desejada e com direito a sentir prazer como qualquer outra mulher, independente do seu corpo? Tarefa difícil, mas não impossível.

Quando não conseguimos trabalhar a autoestima dessas mocinhas, na primeira chance elas se jogam em relacionamentos onde o corpo é a válvula de escape para as angustias que sente por não se sentir inserida na sociedade do corpo ‘perfeito’. Presa fácil dos rapazes que se vangloriam pelo número de mulheres que conseguem levar para a cama e não pelo seu caráter, no caso aqui, duvidoso, vão passando de mão em mão buscando preencher o vazio cavado por anos e anos de autopiedade, preconceito e exclusão. O mais triste é que quando se deitam em suas próprias camas, sentem-se mais vazias do que quando acordaram, porque ao agirem desta maneira, estão esfacelando de vez o seu amor próprio.

Sexo é uma delícia, é saudável, faz bem para o corpo, para a pele, para a alma e para a vida, mas desde que você esteja fazendo com quem realmente valha a pena, que desperte em você a vontade de se sentir mulher. Sim, porque dizem que a maternidade é quem faz isto, mas devo dizer que não é somente ela, aquela sintonia, aquela química, as borboletas no estômago, o frio percorrendo a coluna quando está falando com determinado homem, são nossos instintos femininos declarando que estamos prontinhas para dar e receber prazer.

O grande problema, é, tem que existir problema, mas também tem solução, é que alguns homens são tão egoístas, egocêntricos, machistas e ridículos que tolhem suas mulheres. Castram seus desejos e sequer permitem que elas abram a boca para falar sobre sexo. Acham tudo maravilhoso com a mulher dos outros, tem fantasias com a gostosa da empresa, mas se sua esposa aparecer com uma lingerie mais sexy ele simplesmente a ignora ou diz que está ridícula. Mulheres de homens assim, e que continuam deixando eles agirem desta maneira, nunca poderão dizer que são mulheres de verdade, não só pelo prazer que nunca vão sentir, mas porque não sabem o poder que possuem para modificar a sua própria vida.

Mas graças a Deus existem homens de verdade. Homens que entendem a anatomia do nosso corpo, que possuem sensibilidade para saber o que desejamos, que nos deixam livres para falarmos o que, como, de que maneira e intensidade gostamos e queremos, que se deliciam ao nos fazer sentir mulher. Que não estão ali para reparar nas nossas celulites, estrias, flacidez ou gordurinhas, mas para descobrir nossas fantasias e dividir as suas conosco, e se for possível realiza-las vão querer fazer isto com a gente, porque sabem e conhecem a mulher que possuem dentro e fora de suas camas.

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