Em tudo na vida, mesmo diante dos cenários mais pessimistas, me dedico ao máximo para fazer “dar certo”. Seja no trabalho, amizades ou em relacionamentos amorosos, não dou tempo ao tempo, não empurro nada com a barriga, não deixo nada para depois. Esforço-me para fazer dar certo agora. O depois é muito longe. O depois pode nunca chegar.
Algo muito forte, dentro de mim, me faz lutar até o fim. Alguns chamam de resiliência, outros de garra, há quem chame de fé. Eu considero muito mais uma covardia, um medo louco de me arrepender lá na frente por não ter tentado. Não quero lá no futuro me perguntar como teria sido se eu tivesse escolhido um plano b, ou c, ou d…. A dúvida, para mim, é muito mais torturante e humilhante do que ouvir “nãos”. Não tenho medo de “nãos”.
Nunca voltei com ex-namorados, ex-ficantes ou ex-rolos. O motivo? Sei o quanto encaro com intensidade todos os meus relacionamentos e que me dedico para fazer dar certo e que se eles não entenderam aquele como o momento certo, o momento para tentar, para acertar, que arquem no futuro com suas próprias consciências, enquanto a minha estará tranquila, livre, pronta para uma nova oportunidade, com uma nova pessoa, sem repetir as mesmas histórias e erros.
Estabeleço um limite em minha mente: vou esperar tanto tempo, vou insistir tantas vezes, vou ser sincera ao extremo, vou abrir meu coração, vou passar por cima do meu orgulho… E faço. Sigo à risca cada passo do que para alguns possa soar como uma humilhação ou falta de amor próprio. Para mim, é despir-me de todo capricho, de toda máscara, de todo ego para fazer dar certo. Não saiu como o planejado? vida que segue. Não adianta depois descobrir que fui a mulher da sua vida. Minha resposta será: “Posso até ser a mulher da sua vida, você é apenas um capítulo do meu passado”.
Na amizade, idem. “Mas, Renata, você e fulana eram tão amigas”. Eu pelo menos fui. Dediquei-me, amei, fui companheira, honesta, parceira… Uma consciência tranquila demais para me fazer seguir firme e tem paz, crente que forneci o meu melhor para alguém que, infelizmente, não merecia.
Não sustento de forma morna relacionamentos. Comigo ou é 8 ou 80. Ou é quente ou frio. Essa coisa de 40 é para os fracos.Se estou junto e dedicando-me ao máximo, contrariando adversidades. Mas se acabou. Se cheguei no limite, acabou. Fim. Nunca mais. Talvez seja o meu esforço: evitar o nunca mais, que para mim é irremediável.
Alguns não percebem: “nossa, como ela é orgulhosa, nem para dar uma nova chance”. Eu já dei chances. Muitas, dezenas, chances essas que não foram notadas ou aproveitadas. Vida que segue.
No trabalho, a obsessão em reverter quadros negativos, em fazer florescer em tempo de seca, de ver a cor em tempos cinzentos. Em me reinventar, em pedir ajuda, em buscar outros caminhos… Nossa, que tesão que me dá. E mesmo que se um dia meus negócios não derem certo, eu olharei para trás e direi: “trabalhei, cansei, sofri, mas eu venci pelo tempo em que trabalhei para manter os meus sonhos em plena atividade, fui uma vitoriosa”. E mudarei o disco, em busca de novos sonhos.
Enquanto isso, sigo. Sempre tentando, com medo de me arrepender por não ter tentado.
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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