Por keka Demétrio
Sempre achei que em certos casos o pensamento comum restringe a liberdade de escolha, e ser vaquinha de presépio não é muito a minha área. Por isso sempre gostei do diferente, do inusitado, e até homens prefiro aqueles de beleza indecifrável. Enquanto a grande maioria se extasia com a loirice de Brad Pitt, eu me deleito com os lábios caídos que completam a beleza feia de Nicolas Cage.
Essa possibilidade de escolhas, da visão além da grande massa é que dá um sentido especial à vida. Você, dono da suas vontades, descobrindo o que, como e quando ser feliz. E a vida adora gente que se aventura nas diferenças, nas divergências, que são audaciosas e atrevidas, e fazem disso uma ponte entre o que eram por determinação dos outros e o que realmente querem ser por vontade própria. Pessoas assim mudam suas vidas e sua história.
E é isso que vamos assistir no Fashion Weekend Plus Size, mulheres que decidiram transpor essa ponte e assumir para o mundo o quanto são belas. Mulheres deslumbrantes que mais do que roupas estarão desfilando auto-estima, quebrando regras, paradigmas e conceitos. Talvez por eu sempre ser muito atrevida e me identificar com elas, não vou perder este evento por nada. E também porque preciso saborear o gostinho da libertação de uma ditadura que alguém, não sei onde e nem porque, e isso também não mais me interessa, disse que pra ser feliz eu tinha que ser magra, ou melhor, macérrima.
Acho que quem ditou isso nunca soube o que é felicidade, mas eu sim, eu sei, porque felicidade para mim é muito mais do que ter um corpo sem gorduras, sem flacidez, sem estrias ou celulites, felicidade é entender que sou única, especial e que tenho uma história para escrever onde a autora sou eu.
A cada entrada dessas mulheres na passarela quero aplaudir e me curvar diante de sua audácia em se desnudarem para o mundo, onde cada sorriso será como se dissessem: Isso, olhem, olhem bastante, porque eu sou mesmo muito linda.
E é esse tipo de beleza que o FWPS vai mostrar, uma beleza que vai confrontar um preconceito que magoa, exclui e anula o direito à felicidade, colocando à margem mulheres capazes, inteligentes, e lindas como qualquer ser que se ama.
Vou linda, porque assim tem que ser para assistir a um show de mulheres lindas, fortes, com personalidade, dobrinhas, seios fartos e nádegas voluptuosas, e muita, mas muita atitude.
Nada será mais excitante do que aplaudir tanto atrevimento.
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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