Ontem assisti Como se tornar o pior aluno da escola, o novo filme de Danilo Gentili. Fui na coletiva de imprensa representando a Playboy, portal para qual eu também escrevo, mas quis escrever aqui também para vocês , mulherões, já que é um filme que nem foi lançado ainda e já é sucesso entre a garotada. Seus filhos vão assistir, vocês querendo ou não. Dá uma olhadinha no trailer oficial:
Como se tornar o pior aluno da escola é um roteiro adaptado por Danilo Gentili, de seu próprio livro homônimo, que funcionava literalmente como um manual de péssimas maneiras. O livro chegou a ser recolhido e recebeu um aviso na capa de que era proibido para menores de 18 anos, após um acordo com o Ministério Público. Foi um grande tiro no pé para os pais que o denunciaram junto ao MP. A “proibição” ajudou no marketing. Afinal, nós que já fomos adolescentes um dia, sabemos bem que tudo o que é proibido é mais legal, mais gostoso, né?
O filme tem, por enquanto, classificação indicativa de 14 anos. Pode mudar, já que tudo que Danilo Gentili faz gera polêmica. Para sentir o nível do longa, perguntei ao jovem protagonista Bruno Munhoz, que tinha apenas 12 anos quando o gravou, o que sua mãe achou do filme. “Ela odiou”, respondeu o jovem. Assim, direto e reto.
Você, como mãe, inicialmente também vai odiar. Vai odiar porque vai ver dicas de como seu filho poderá trolar professores e amigos, sugestões de como burlar regras da escola, explodir as privadas dos banheiros, entre muitos desserviços. Para você, claro, é muito melhor que seu filho de 14, 15 anos, fique em casa vendo My Little Ponny. Mas a verdade é que seu filho já deve fazer tantas coisas sem que você saiba, que é muito melhor falar sobre elas do que fingir que elas não existem. Ele já pode ser o pior aluno da escola e você não está sabendo. Ou pode ser um triste melhor aluno também.
Como já contei aqui no Blog Mulherão, minha mãe morreu há 15 anos e eu ajudei meu pai a criar a minha irmãzinha Barbara que, na época, tinha apenas 10 anos. Ela conta de uma vez em que estava super depressiva, com a cabeça baixa na carteira, chorando, quando uma professora falou: “olha a Barbara, que belo exemplo! Quietinha na cadeira dela. Vocês deveriam fazer o mesmo”. Ou seja, a professora não via que tinha uma criança depressiva e desestimulada na frente dela e ainda confundiu a introspecção e depressão profunda com bom comportamento. Essa mesma irmã tem um grau de inteligência altíssimo e sempre sofreu na escola por não se enquadrar no sistema, usou o mesmo caderno em quase 10 anos de escola porque não copiava nada. Não fazia lição de casa, entregava porcamente trabalhos, mas lia 1 livro a cada 4 dias. Livros que ela queria e escolhia. Leu Sidney Sheldon com 6 anos, como não admirar? Aprendeu a ler e falar outras línguas sozinha. Era brilhante, tirava notas altíssimas e passou em todos os vestibulares que passou, inclusive em faculdades públicas. Hoje é mãe, pedagoga, ama o que faz e pelo que passou, consegue ver brilhantismo em alunos que são livres, que aprendem de formas diferentes. Barbara nunca foi a melhor aluna da escola.
Lembro do Huguinho Luiz, o menino mais bagunceiro da minha sala no ensino médio. Expulso várias vezes da sala. Ele era genial. Formou-se em administração e contabilidade e hoje vive e trabalha em Nova Iorque. Já pensou, você pode ter um gênio em sua casa e não sabe.
Observando nossos filhos e nossa própria história como alunos, o filme pode ser visto por outro viés. Fala do ensino engessado e ultrapassado, que não estimula o pensamento, a individualidade, a criatividade. Tem cenas muito polêmicas. Além das muitas cenas escatológicas, a que mais me chocou envolvia pedofilia. Me deu nojo. Fiquei chocada. Pensei: “que desnecessário”. Mas será que é desnecessário mesmo? Isso acontece todo dia, temos que falar sobre isso com nossas crianças.
Além de poder amar a oportunidade de rever seus conceitos sobre educação, você se verá em várias cenas. O que mais gostei no filme:
Filme: Como se tornar o pior aluno da escola
Lançamento: 12 de outubro
Direção: Fabrício Bittar
Roteiro: Danilo Gentili
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