09/09/2010 Bullying e Preconceito

Eu te amo!

Por Keka Demétrio

Banalizaram o “Eu te amo!”. Sim, dizer eu te amo virou frase feita na boca das pessoas. Dizem eu te amo a torto e a direita sem se importarem com o real significado dessas três palavrinhas que de tão importantes que são possuem o poder de modificar pensamentos, atitudes, vidas. Dizer eu te amo é até certo ponto fácil, complexo mesmo é viver o amor, esse sentimento sem lógica que nos dá a consciência do que verdadeiramente somos e existimos.

O sujeito diz que te ama, que você é a mulher da vida dele, age como quem realmente ama, e você, calejada pelo passado, fica reticente, desconfiada e não leva muito a sério. As amigas dizem que voc é uma boba e que está deixando escapar um homem maravilhoso, e mais, ainda dizem que se você não o quiser pode passar o gato que qualquer uma ficará muito feliz com o dito cujo.

Você pensa, repensa, pesa os prós e os contras, resolve esquecer as mágoas que o “eu te amo” já lhe causou e resolve se entregar de novo. Abaixa a guarda e resolve deixar o coração bater descompassado. A vontade de estar com ele se faz frequente, e até a velha cara de apaixonada você não faz mais questão de esconder, suspirando sempre que se lembra do lindo. Aliás, tudo isso é muito lindo, até que o principe encantado, sem te avisar,  resolve dizer eu te amo para outra.

Então você fica se perguntando onde é que foi parar o amor que lhe era devotado ao se lembrar da inúmeras vezes em que ouviu eu te amo e quero você pra sempre na minha vida. É, parece que o principe que faltava adivinhar seus desejos mais ocultos teve um lapso sentimental e esqueceu tudo o que dizia a você assim que surge a oportunidade de soletrar as três palvrinhas mágicas a outra mulher, que surgiu não se sabe de onde  e nem quando, e volta a ser um belo exemplar de anfíbio.

Antoine de Saint-Exupéry, na obra O Pequeno Principe, diz que nos tornamos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos, portanto, não saia distribuindo eu te amo como quem distribui sorrisos, porque ao contrário de um sorriso, que é sempre bem vindo e afaga a alma, o eu te amo da boca pra fora pode machucar a alma.

Quando crianças brincamos de casinha, pique-pega, amarelinha, bandeirinha, até de médico a gente brinca. Isso tudo é saudável e nos ensina a viver em sociedade. E a gente pode e deve brincar de muitas coisas na vida, inclusive de ser feliz, o que é um exercício fantástico, o que a gente não pode, de jeito nenhum, em momento algum, é brincar com os sentimentos e a vida das pessoas. E dizer eu te amo, sem realmente amar, é mesmo uma brincadeira de péssimo gosto.

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