Por Keka Demétrio
Banalizaram o “Eu te amo!”. Sim, dizer eu te amo virou frase feita na boca das pessoas. Dizem eu te amo a torto e a direita sem se importarem com o real significado dessas três palavrinhas que de tão importantes que são possuem o poder de modificar pensamentos, atitudes, vidas. Dizer eu te amo é até certo ponto fácil, complexo mesmo é viver o amor, esse sentimento sem lógica que nos dá a consciência do que verdadeiramente somos e existimos.
O sujeito diz que te ama, que você é a mulher da vida dele, age como quem realmente ama, e você, calejada pelo passado, fica reticente, desconfiada e não leva muito a sério. As amigas dizem que voc é uma boba e que está deixando escapar um homem maravilhoso, e mais, ainda dizem que se você não o quiser pode passar o gato que qualquer uma ficará muito feliz com o dito cujo.
Você pensa, repensa, pesa os prós e os contras, resolve esquecer as mágoas que o “eu te amo” já lhe causou e resolve se entregar de novo. Abaixa a guarda e resolve deixar o coração bater descompassado. A vontade de estar com ele se faz frequente, e até a velha cara de apaixonada você não faz mais questão de esconder, suspirando sempre que se lembra do lindo. Aliás, tudo isso é muito lindo, até que o principe encantado, sem te avisar, resolve dizer eu te amo para outra.
Então você fica se perguntando onde é que foi parar o amor que lhe era devotado ao se lembrar da inúmeras vezes em que ouviu eu te amo e quero você pra sempre na minha vida. É, parece que o principe que faltava adivinhar seus desejos mais ocultos teve um lapso sentimental e esqueceu tudo o que dizia a você assim que surge a oportunidade de soletrar as três palvrinhas mágicas a outra mulher, que surgiu não se sabe de onde e nem quando, e volta a ser um belo exemplar de anfíbio.
Antoine de Saint-Exupéry, na obra O Pequeno Principe, diz que nos tornamos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos, portanto, não saia distribuindo eu te amo como quem distribui sorrisos, porque ao contrário de um sorriso, que é sempre bem vindo e afaga a alma, o eu te amo da boca pra fora pode machucar a alma.
Quando crianças brincamos de casinha, pique-pega, amarelinha, bandeirinha, até de médico a gente brinca. Isso tudo é saudável e nos ensina a viver em sociedade. E a gente pode e deve brincar de muitas coisas na vida, inclusive de ser feliz, o que é um exercício fantástico, o que a gente não pode, de jeito nenhum, em momento algum, é brincar com os sentimentos e a vida das pessoas. E dizer eu te amo, sem realmente amar, é mesmo uma brincadeira de péssimo gosto.
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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