Por Keka Demétrio
Quando perguntamos o que é importante em um relacionamento as pessoas geralmente dizem que é o amor, o respeito, a cumplicidade. Pois para mim não há amor, carinho ou cumplicidade que resista sem admiração. É preciso que haja admiração para que o amor perpetue, o respeito esteja presente e a cumplicidade seja entendida apenas pelo olhar.
Não estou falando de admiração pela altura, peso, cor dos olhos ou comprimento dos cabelos, mas sim de atitudes e posturas no decorrer da vida. Podemos admirar muitas pessoas, mas acredito que inicialmente temos que admirar a nós mesmos em primeiríssima instância.
Um dos grandes problemas que temos em relação a nós é que esperamos a admiração dos outros para começarmos a enxergar em nós mesmos as qualidades que temos. Principalmente algumas de nós, mulherões, que crescemos ouvindo críticas e mais criticas por causa da voluptuosidade de nossos corpos. Essas malditas críticas acabam por enterrar a nossa autoestima e com ela a possível admiração que poderíamos desenvolver por nós mesmos.
Passamos a viver em função da admiração que os outros possam ter por nós, e isso passa a ser o mais importante. Quantas vezes não deixamos de fazer coisas que nos agradam por medo de não sermos admirados? Junto com esse medo que nos assombra vem a frustração, a depressão, e a infelicidade se instala.
Podemos nos admirar por sermos ótimas mães, filhas, companheiras, profissionais, amigas, e tantas outras coisas, mas toda essa admiração nós anulamos ao acreditarmos que não merecemos elogios porque não possuímos o corpo de capa de revista. Quantas e quantas vezes ao recebermos um elogio a gente logo vê como uma crítica, já que achamos que só estão elogiando a nossa inteligência porque acreditamos não seremos dignas de um elogio pelo nosso corpo? Porque alguém só merece ser admirado pelas suas formas? Porque isso tem que ser o primeiro quesito para se admirar alguém? Que droga de pensamento é esse que eu nutro em relação a minha própria pessoa? Então é assim que admiro alguém, pelas formas do seu corpo e não pelo conjunto da obra?
Posso não ser boa em tudo, é quem o é, e acho muito bom que seja assim, algumas incompetências são fundamentais para que possamos crescer e evoluir. Também posso ter um monte de eu te amo, em braile, pelo corpo, mas e daí, isso não pode determinar se sou ou não uma pessoa gostosa. Esqueça a conotação sexual do “gostosa” e entenda de vez que para você ser uma delicia é preciso muito mais do que ser admirada pelo corpo que possui. Deixe de lado por instantes as dobras da sua barriga, ela não pode ser o centro do seu mundo. Existem mil coisas em você que devem causar admiração, mas que estão tão escondidas que nem com lupa iria conseguir ver. Seja receptiva com a vida, com as oportunidades que surgem, aja de tal maneira que as pessoas queiram ficar em sua presença. Ninguém vai admirar de verdade o seu sorriso se você não estiver admirando tudo o que há por detrás dele.
Faça-se notada pela admiração que nutre por si mesma, afinal, você tem autoridade para modificar e comandar a sua própria vida.
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
Quer trocar relatos de experiências sexuais e tirar dúvidas com outras mulheres gordas? Entre no GRUPO SECRETO DO MULHERÃO, no Facebook, com entrada permitida apenas para mulheres: Clique aqui para acessar