Por Renata Poskus Vaz
Na semana passada, mostrei a um amigo francês uma foto de um vestido que assinei para a Marri Gattô, anos atrás, em uma coleção que levou o meu nome. Ele adorou e disse que se parecia muito com os vestidos de uma marca chamada FARM (se alguém copiou alguém, foi essa tal de FARM que me copiou…kkkk). No domingo, enquanto passeávamos no Shopping Villa Lobos, em São Paulo, ele quis me mostrar essa loja, que eu ainda não conhecia (embora trabalhe com moda).
Achei uma graça aquela atmosfera colorida e carioca. Isso realmente encanta, principalmente os gringos, como meu amigo. Entramos na loja, olhamos todas as araras. Todas as peças. Frente, costas, analisando tecido, tamanho, estampas… Tudo! E durante todo esse tempo, embora me olhassem de rabo de olho e cochichassem atrás do balcão, nenhuma, simplesmente nenhuma vendedora veio nos atender.
Não fiz birra, não falei nada, afinal eu só estava mesmo conhecendo as peças da marca. Mas e se eu quisesse comprar algo? Um presente, uma bolsa, um chinelo ou mesmo uma roupa que eu poderia adaptar (tipo um vestido longo que em mim ficaria um top cropped?kkk).
Puxei com a delicadeza de um cavalo meu amigo para fora. Eu que já estou acostumada em lidar com situações como essa, ainda assim fiquei chateada. Depois, meu amigo me disse: “você é a primeira mulher que eu conheço que não gosta de olhar roupas”. E eu respondi: “não gosto de olhar porque não tem para o meu tamanho”. E omiti que também não gosto de olhar, porque odeio ter que presenciar a cara debochada ou amedrontada das vendedoras para mim, seu desdém, as fofocas, o desprezo.
Hoje, Paula Bastos, autora do Blog Grandes Mulheres, publicou em seu Facebook a reclamação de Simone Ambrósio, psicanalista, cuja filha gorda passou pela mesma situação (agravada por risos e comentários maldosos das vendedoras) na loja FARM do Shopping Iguatemi. Eu tive a comprovação de que não foi uma impressão equivocada minha.
E uma enxurrada de matérias brotaram na internet, como por exemplo, esta do UOL:
Eu gostaria que esses episódios um dia acabassem. ♥
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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