Por Dani Lima
O movimento plus size é uma realidade, sem dúvidas! Muitas meninas resolveram se aceitar, não se esconder mais atrás de roupinhas pretas sem formas e brilhos e se mostram orgulhosas, com toda a sua fartura de beleza. Embora muito da “aceitação” do grande público seja um cobertor pra um grande preconceito – que ainda existe – , ganhamos boa parte do espaço que merecemos, em toda essa festa da igualdade. Graças a Deus!
Mas essa semana li uma menina nessas redes sociais por aí e ela falava que estava indo pro salão fazer unhas e cabelos e emendou: “já sou gordinha, né… não dá pra relaxar“. Fiquei incomodada, sabe? Não é a primeira vez que leio isso; já vi muitas meninas nessa vibe!
A questão que me desagrada nesse entremeio todo, é que “viemos ao mundo” com esse bordão de que “toda gordinha é linda, temos nossa beleza também, não é porque somos gordas que somos feias” e junto a isso veio a idéia que não podemos deixar de nos cuidar nunca, temos que estar sempre de unhas feitas, cabelo impecável, muito bem vestidas, maquiagem na medida certa… e gente, isso me cansa!
Adoro moda, beleza e estilo e procuro sempre falar disso aqui no Mulherão, mas não gosto de tudo isso porque sou gordinha e tenho uma “necessidade” de viver sempre em bom estado de espírito/beleza; tampouco gosto disso 24h por dia! Parece uma coisa meio louca, uma forma de lei de compensação, que eu acho totalmente babaca, com a licença da palavra.
Tenho tanta “obrigação” à vaidade quanto uma mulher magra. Posso ser tão feia ou tão linda quanto uma mulher magra. Posso ter meus dias de glória e “bonita mais bonita” tanto quanto uma mulher magra. Posso também em contrapartida, ter dias de moletom e camisa de político com cabelo em pé e o problema é meu, tanto quanto uma mulher magra. Posso querer ir no mercado de óculos escuro ou não, posso deixar minhas olheiras à mostra, ou não… magra ou gorda! Não é meu peso, também, que vai delimitar isso! Preciso cuidar da aparência pois o belo me agrada, mas também tenho o direito aos dias de descanso! Não me sinto em débito com a vaidade por ser gorda e não tenho obrigação de ser gata all the time, “já” que sou gorda.
Vaidade também não tem relação com a balança, nem pra contar pontos e nem pra medir desvantagem.
Antes de ser gorda, magra, preta, branca… sou mulher e sou humana! Por isso, me reservo ao direito de ficar feinha as vezes. Grata!
#desabafo
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
Quer trocar relatos de experiências sexuais e tirar dúvidas com outras mulheres gordas? Entre no GRUPO SECRETO DO MULHERÃO, no Facebook, com entrada permitida apenas para mulheres: Clique aqui para acessar