Por Renata Poskus Vaz
Em 2008, a revista Chocolate, admirada entre as jovens leitoras angolanas, organizou um concurso de beleza chamado Miss Chocotale, mas não imaginou que uma gordinha de 25 anos, 1,72m e 100 Kg seria uma das 10 finalistas. O nome dela é Tânia Almeida e criou uma saia justa entre os coordenadores da competição, que só analisaram fotos de rosto e esperavam apenas beldades magras em sua seleção.
Na foto acima, a linda angola que acompanha nosso Blog
Sem critérios de seleção, mas preconceito de sobra
O Miss Chocolate foi patrocinado por uma marca de linha de cosméticos e uma rede de perfumarias. As únicas exigências para participar do concurso eram a de se inscrever em uma das lojas e entregar uma foto em que estivesse usando os produtos da linha. E foi isso que a Tânia fez. Apoiada pela família, chamou uma amiga maquiadora, que por sua vez trouxe um fotógrafo, fez uma produção digna de modelo de capa de revista e tirou mais de 250 fotos. Depois, escolheu a predileta para a inscrição.
“Fui à perfumaria e me espantei quando a atendente deu uma gargalhada e disse que eu não poderia concorrer por estar fora dos padrões”, lamenta-se Tânia. Persistente, não se intimidou e falou com a gerente, que se desculpou pela atitude da funcionária e recebeu a sua candidatura.
Depois de um mês, Tânia recebeu a ligação da organização do concurso dizendo que estava classificada entre as 10 finalistas e que participaria de um ensaio final. “Quando chamaram pelo meu nome, olharam para a fotografia e para mim, depois olharam novamente, pareciam não acreditar que era eu”, desabafa.
à esq. foto que usou para se inscrever, à dir. foto realizada na etapa final
Uma vencedora
Em Angola, o preconceito é mais latente do que aqui no Brasil, agravado pela carência de personalidades GG e de lojas de vestuário para este púbico. Pelo que descreve Tânia, a organização da revista não esperava que uma gordinha se candidatasse a Miss. Ficaram surpresos, atônitos com a “audácia” deste mulherão. “Embora não tenha conquistado o primeiro lugar, consegui vencer o meu desafio pessoal e provei para muitas pessoas que quando queremos, independentemente do ”padrão”, nós podemos fazer. Desde então venci muitos dos preconceitos que tinha em relação ao meu corpo e melhorei bastante a minha auto estima”, fala a vencedora.
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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