Mas, gente… Para o mundo que eu quero descer! Fui procurar um consolo no Google e achei um texto escrito há quase 3 anos por mim… Parece um presente, para lembrar de quem eu sou e acalmar meu coração. O título do texto é: eu sou a mulher que se rebaixa por causa de homem.
Nos últimos meses estava me rebaixando muito e me perguntando se era realmente necessário passar por essa situação. “Hey, olha para você, lorão. Tantos caras te querendo e você perdendo tempo pensando nesse babaca?”, pensava. Mas não tinha forças, estava cada vez mais decepcionada e depressiva. Até tentei engatar um romance com outro rapaz, mas acabei me ferindo mais (desculpa, Cesar!).
Olha só… Desde que me separei de meu finado quase pretenso marido, que hoje já está casado com outra mulher, eu nunca amei ninguém. Estamos falando de quase 5 anos. Na verdade, nem ele eu amava. Acho que amava a ideia de ter alguém que fizesse tudo por mim, que fosse um procriador em potencial, mesmo que me chifrasse mais do que um touro bandido. Ele fingia que me amava, eu fingia que acreditava e assim vivemos meia década. O fim me fez sofrer muito e por isso talvez tenha fechado meu coração a sete chaves (já não posso dizer o mesmo sobre minha pepeca).
Eu nunca amei ninguém nos últimos anos porque não conseguia admirar ninguém. Eu queria estar com um cara de quem eu tivesse orgulho de verdade, para não reproduzir meu antigo relacionamento. Mas óbvio que tive uns 365 namorados, crushs e paqueras nesses quase 5 anos, até que conheci, no inicio deste ano, um leitor. Conhecê-lo veio junto com minha decisão de realmente me permitir amar novamente. Então, talvez tenha aberto meus olhos para quem talvez eu nunca olharia.
Permiti-me viver uma paixão de carnaval com um leitor, alguém que me acompanhava há uns belos anos (e minhas amigas gordas famosas também). Sempre odiei papa-gordas, mas pensei que poderia me permitir conhecê-lo, afinal era alguém que já me conhecia. Era alguém do meu bairro, com história de vida parecida, mesmo nível social (ou seja, pobre! hahaha), alguém com quem eu acreditava que poderia ser eu mesma, andar de chinelos havaianas e cabelo embaraçado… E eu me apaixonei, de verdade. Criei uma história linda que só existia para mim. Não gosto de expor as pessoas, então não adianta insistir pois eu nunca vou dizer que o nome dele é Adriano… Ele era tão divertido e inteligente! Me beijava tão gostoso! Meu coração doía, pois sei que amar é divino, mas também pode trazer sofrimento. Sofria por antecipação com medo daquele incrível amor de 1 semana acabar, acabar de fato. E acabou, lógico.
Acabou e me culpei. Me culpei por não ter sido tolerante, por achar que sou exigente demais, que tinha feito algo errado… Eu pela primeira vez tinha gostado de alguém o suficiente para não querer mudá-lo. Então, corri atrás. Pensava: “não vou me arrepender depois por não ter tentado”.
Mas a verdade é que não errei. Fui eu mesma, com meus defeitos e qualidades e me entreguei como jamais havia feito antes. Sempre sincera. Louca, mas sincera. rs
Lembro de quando comprei uma caixa de bombons e escrevi uma cartinha bem emocionada sugerindo que tivéssemos uma segunda chance. Fui até a portaria da casa dele, não podiam ficar com o pacote. Quase xinguei o porteiro, mas não queria que baixasse o Balanço Geral lá, né? Então, respirei fundo e pedi ajuda para uma adolescente que entrava no prédio. Fiquei mais de uma semana esperando por uma resposta e ela chegou com um fora. Eu estava trabalhando em outra cidade e não me aguentei e chorei. Chorei muito, fui consolada por amigos. E ao mesmo tempo que chorava me perguntava: “que porra que estou fazendo? nem conheço este cara, estou chorando por um desconhecido”.
Mesmo assim, continuei esperando e esperando, ficando até depressiva, até que liguei novamente em seu aniversário e nem uma merda de um obrigado ouvi do rapaz. Eu havia chegado no grau máximo do rebaixamento, cuspi no meu próprio ego e joguei minha autoestima na minha unha preta do dedo mindinho do pé, e eu precisava fazer algo para mudar aquela situação. Até porque a forma com que ele se comportava não condizia com a do cara por quem me apaixonara. Não sei qual é o real, mas a verdade é que não podia ficar obcecada por um desconhecido que estava cagando e andando para mim.
Foi quando pesquisei no Google, meu oráculo, algo para me acalmar, e achei meu próprio texto. Podem achar que é besteira, mas para mim significou muito. Resgatei meus valores lendo aquelas poucas linhas redigidas por mim mesma anos atrás:
“É melhor se arrepender por ter tentado do que eternamente ficar pensando como teria sido. E diante de uma negativa por essa reconciliação, chega o momento de enxugar as lágrimas e seguir em frente, sem olhar para trás.”
“Deveríamos compreender e aplicar às nossas vidas, o clichê: “se o amor acabou, então é porque não era amor” e sair dos relacionamentos fracassados com a cabeça erguida e um sorriso no rosto e não com os joelhos no chão e lágrimas rolando pela cara. Deveríamos dizer mais “vá com Deus” do que “por favor, fique!”.
♥ Estou aqui, enxugando minhas lágrimas e pronta para recomeçar. Mais uma vez e tantas outras quanto forem necessárias, pois sou maravilhosa e o meu príncipe está em algum lugar, também ansioso para me conhecer um dia ♥
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Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!