Por Keka Demétrio
Tem gente que nasceu amando. Tem gente que aprendeu a amar. Tem gente que quer aprender a amar. Tem gente que não quer mais saber do amor. E tem gente que está esperando o amor. Sei que para cada amor, uma dor.
Sou das que provavelmente nasceu amando. Digo isto porque minhas lembranças sempre vêm acompanhadas de nomes, rostos e gostos. Não vejo minha vida sem o danado do amor, mesmo que ele me faça chorar. Decididamente nasci para amar.
O amor é ilógico, irracional, nos deixa abobados. Porém, quando a gente tá amando, e me corrijam se estiver equivocada, o céu fica mais azul, a vida passa a ter cheiro bom e surge uma paleta de cores absurdamente lindaspra gente sair pintando de sorrisos e suspiros.
O amor, amor mesmo, aquele de verdade, que prega o desprendimento, a felicidade do outro mesmo longe da gente, este é difícil de encontrar, e para dizer a verdade, quem tem na vida um amor assim deveria agarra-lo com unhas e dentes, porque poucas pessoas tem o privilégio de serem amados plenamente. O problema aqui é que a gente não manda no coração. Teve uma época em que eu queria mandar, e ficava revoltadíssima por não conseguir, mas com o tempo, as decepções, as lágrimas, os tombos, as noites mal dormidas aprendi que quando nos dispomos a amar estamos correndo riscos que podem marcar nossas vidas profundamente e até modificar nossa forma de viver. É que a dor do amor às vezes dói tanto, que a garganta fica seca, o peito parece comprimido por uma tonelada e a gente chega a cravar as unhas na pele pra ver se a dor do coração diminui.
Achamos que vamos cair na classe dos que não querem mais saber do amor, passamos a desconfiar de tudo e de todos, mas no fundo, nem que seja bem no fundinho mesmo, continuamos com aquela vontade, mesmo que seja vontadezinha, de que apareça o cara certo, mesmo que seja na hora incerta.
Então, vamos seguindo, e depois de muito relutar decidimos nos entregar aos amores que vão surgindo pelo caminho como forma de aplacar a ausência e a solidão deixadas por tudo aquilo que sonhamos e que tivemos que deixar para trás. A princípio, viver estes amores parece ser errado, é como se estivéssemos negando o amor que dizíamos sentir por aquela outra pessoa, soa em nosso íntimo como uma forma de traição, porém, começamos a entender que é preciso olhar para dentro de nós mesmos e seguir adiante, e correr novos riscos, porque nos apegarmos a esses amores não tem anda a ver com sermos fracos ou que realmente não estivemos amando, tem a ver com o fato de sermos humanos, tem a ver com a busca do remédio pra a alma que insiste em não querer parar de chorar. Porque no fim das contas, a gente nasceu mesmo foi para sorrir.
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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