Por Grazi Barros
Meu nome é Graziela, tenho 38 anos e estou querendo entrar no mercado plus size. Não fiz nenhum trabalho como modelo, estou engatinhando ainda nisso tudo e não tenho medo de arriscar. Entretanto, me entristece saber que além do preconceito da sociedade com as gordinhas, existe um preconceito maior ainda que é com a idade!
Ouço todo dia, toda hora, que o mercado não aceita as mulheres maduras, que não há espaço para nós, enfim, isso me revolta porque acho covardia, discriminação e vejo que há tantas mulheres maduras, lindas, fotogênicas, super profissionais, com experiência de vida e de trabalho, com grande potencial e que são literalmente excluídas do mercado por terem mais idade, uma pena.
Engraçado é que boa parte do público alvo GG, são de mulheres mais maduras e seria coerente ter uma modelo madura vestindo a roupa para haver mais identificação. Não excluindo de forma alguma as modelos jovens, meu objetivo é incluir, somar… Há espaço para todas ou, pelo menos, deveria, para o cliente se ver lá dentro da roupa, mas isso não acontece de forma alguma, o preconceito prevalece!
Ressalto que esse preconceito de idade existe aqui no Brasil. Lá fora, no exterior, as modelos maduras trabalham e muito. Bom, do jeito que as coisas andam aqui, eu vou ter que acabar indo para a terra do Tio Sam!
Outro preconceito, já que a pauta é essa, é que ainda há várias lojas do mundo GG que têm como modelos, mulheres magras e esbeltas. Oras, como assim?! Nós, GG, quando olhamos uma mulher magra usando as “nossas roupas” não conseguimos nos identificar dentro da roupa, a não ser que façamos uma dieta daquelas. Nós gostamos é de ver a roupa em modelos cheias de charme, como nós. Assim, temos a real visão do caimento, das curvas, de nós!
Gente, chega de preconceito, seja ele de tamanho, cor, raça, idade etc. Chegou a hora de quebrar padrões, regras, do “tem que ser assim”, “deveria ser assim”, ” sempre foi assim”, ” é assim e ponto final!”
Espero e tenho fé que um dia tudo vai melhorar e que eu e minhas amigas “experientes” encontremos as portas abertas e muito trabalho. Afinal, “panela velha também faz comida boa”.
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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