Esta é mais uma daquelas notícias que a gente fica até com o estômago embrulhado ao escrever. Meu querido amigo Rodrigo Teixeira, conhecido e admirado jornalista do Rio de Janeiro, que atualmente atua como assessor de imprensa da Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio , foi atacado por um Policial civil no Rio de Janeiro.
Rodrigo acompanhava um ato de reintegração de posse da Casa Nem — abrigo que acolhe pessoas da comunidade LGBTQI+ em situação de vulnerabilidade — quando Antônio Teixeira Alexandre Neto, que se identificou como policial civil, começou a atacá-lo gratuitamente, com ofensas e deboches sobre sua condição física e orientação sexual.
Veja matéria no SBT sobre o fato:
Para o jornal Extra do grupo Globo, Rodrigo declarou:
“Eu estava acompanhando a coordenadora do programa Rio Sem Homofobia, Carol Caldas, durante um processo de reintegração de posse da Casa Nem. O dia estava muito estressante e estávamos tentando preservar a vida das pessoas que estavam lá. Em determinado momento, me afastei um pouco do local e sentei num banco. Eu estava com a minha pochete com as cores do arco-íris e conversava com uma senhora. De repente, um homem se aproximou de mim e começou a me agredir verbalmente”.
O jornalista conta que demorou a entender o motivo do homem ter se aproximado dele e começado as agressões:
“Ele chegou perto de mim e começou a me tratar no feminino. Ele falava: “E essa barrigona aí?”; “Uma bunda dessa gorda. Não f., vai tomar no c.”; “Você é mulherzinha de partido político”. Foram muitas barbaridades e eu comecei a gritar para ele parar. Para ele me respeitar… Até porque eu precisava chamar atenção para as outras pessoas verem o que ele estava fazendo comigo”.
Policiais militares que presenciaram os ataques gordofóbicos e homofóbicos ao Rodrigo Teixeira, encaminharam a vítima e o agressor à delegacia mais próxima. Um termo circunstanciado foi lavrado e a Secretaria de Direitos Humanos do Rio de Janeiro tem apoiado psicologicamente e juridicamente o jornalista.
Lamentável, este caso sofrido por Rodrigo comprova duas coisas. Que com um Presidente reacionário, atrasado intelectualmente e com tendências psicóticas, sem postura e respeito ao próximo, abriu-se a porteira da intolerância para que pessoas comuns, porém preconceituosas, se sentissem encorajadas a ofender, atacar, maltratar e – até matar – aquelas que consideram diferentes. Assim como Rodrigo, diante de situações como essa, não podemos nos calar, esperar passar, deixar para lá… Homofobia e gordofobia devem ser combatidos. Denuncie. Peça ajuda, mas nunca, nunca se cale.
Obrigada, Rodrigo Teixeira pois, ao se defender, você defendeu a todos nós.
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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