Por Keka Demétrio
Ok, eu falo sobre comportamento, mas hoje vim registrar o meu protesto, o que não deixa de ser uma forma de comportamento. Como diz a minha filha: Mãe, você reclama muito! Ao que eu respondo: Cliente bom é o que reclama. Aquele que banca de bonzinho a empresa o perde para a concorrência sem saber o motivo e sendo assim continua cometendo os mesmos erros.
Gente, sapatos para mim são sonhos de consumo, e acho que são porque nunca posso comprar os maravilhosos pares em que fico babando diante das vitrines feito cachorrinho na frente daquelas máquinas de assar frango.
Depois de muito procurar, achei um ankle boot da Ferrucci lindo, maravilhoso…que me custou uns bons dinheiros e a felicidade imensurável de calçar um modelo dos meus sonhos. Pensei comigo: obaaa, meu inverno vai ser um looshoo! Lindo, né? É, também achei, até que na primeira vez em que estava desfilando meu pezinho 40 ele descosturou e, se não fosse o improviso de uma fita para disfarçar eu teria que voltar para casa, literalmente descalça.
Bom, até aí tudo bem, fazer o que. Como estava dentro da garantia levei na loja e o proprietário se prontificou na hora em enviá-lo para a fábrica. Passaram-se alguns bons dias e eis que recebo meu lindinho de volta, mas, detalhe: o novo par que me enviaram NÃO ME CALÇA!!!!! L Retornei à loja e tive duas opções: ou deixava lá para ser vendido, ou trazia de volta pra casa. Trouxe de volta pra casa e junto com ele a frustração e indignação de não achar respostas para o danado do sonho de consumo não me servir mais.
Além de calçar 40, que é um número difícil de encontrar, ainda tenho o agravante de ter o pé “alto”, o que me dificulta mais ainda poder comprar sapatos. Poxa, mas aquele par havia me calçado tão lindamente! L
Já vi diversas pesquisas onde dizem que os jovens de hoje estão calçando numerações maiores que as dos pais, e tenho exemplos em casa onde meu filho com 14 anos calça 44 e minha filha com 13 calça 38 (uii, filhos de peixe, peixinhos são. rsrs). Mas o mercado parece não estar entendendo a necessidade de começarem a fabricar formas maiores em quantidades maiores. Quando questiono nas lojas a resposta é sempre a mesma, ou as grades vão até o nº 39, ou os pares nº 40 são os primeiros a serem vendidos. Não sou só eu quem reclama. Tenho inúmeras amigas que passam pelo mesmo constrangimento. Confesso que chega a ser frustrante adentrar uma loja de sapatos porque sempre saio com mãos abanando e os pés deprimidos.
Quero poder calçar sapatos lindos, coloridos, modernos, estilosos, que calcem meus pés com conforto e qualidade, que complementem meu look com graciosidade. Mas infelizmente as fábricas parecem insistir que em meu armário só deve entrar rasteirinhas e sapatilhas.
Quero terminar o meu protesto com um pedido às fábricas de sapatos: assim como o mercado de roupas abriu os olhos e vem atendendo às nossas necessidades plus size, e hoje, nós mulherões, podemos nos vestir lindamente, peço, por favor, senhores fabricantes de sapatos, comecem a olhar para esse mercado de pezinhos gordinhos, fofinhos, lindinhos, grandinhos e ávidos para serem adornados por lindos sapatos. Nós agradecemos.
P.S.: Ferrucci, vocês precisam rever a política de relacionamento entre os canais de distribuição até o consumidor final, pois este, no processo de vendas deve ser prioridade.
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
Quer trocar relatos de experiências sexuais e tirar dúvidas com outras mulheres gordas? Entre no GRUPO SECRETO DO MULHERÃO, no Facebook, com entrada permitida apenas para mulheres: Clique aqui para acessar