por Keka Demétrio e Eduardo Soares
O que querem as mulheres?
Acho que essa pergunta nasceu junto com a criação de Eva. Todo mundo pergunta o que querem as mulheres. E aparentemente não aparecem respostas concretas. Evidente que jamais irá aparecer.
Antes de sermos mulheres somos humanas, e isso já é o suficiente para que nada de concreto nos defina. Quando pré adolescentes vemos nosso corpo se modificar, os seios avolumarem-se, começamos a sangrar uma vez a cada 30, ou 28 ou 26 dias, depende do tempo do ciclo menstrual. Somos cobradas incessantemente para estarmos sempre impecáveis físicas, psicológica e espiritualmente. Porém, temos o poder de carregar em nosso ventre a continuação da espécie humana e mesmo assim ainda recebemos salários menores do que o dos homens, exercendo o mesmo cargo e, modéstia parte, muitas vezes com muito mais competência. Imaginem se resolvêssemos fazer uma greve de gestação. Sim, eu disse de gestação e não de sexo.
Diante da questão sem resposta, eu pergunto: O que querem os homens?
O que eles desejam quando dizem que nos amam e ao virarmos as costas eles vão dormir com a primeira que aparece? Ou então quando dizem que somos seu “tudo” e estão de olho no tudo da gostosa que tá passando ao lado. O que querem os homens quando dizem que vão estar ao nosso lado para o que der e vier e no exato momento em que começamos a ganhar mais que eles o relacionamento começa a degringolar?
Se falamos demais eles reclamam, se controlamos nossa vontade incontrolável de falar eles acham que estamos emburradas. Se vamos ao cabelereiro somos fúteis e gastamos dinheiro atoa, mas entre uma mulher com cabelos sedosos e bem arrumada, e outra toda mulambenta, eles, óbvio, querem as que exalam perfume por onde passam.
Então, torno a perguntar: o que querem os homens?
Analisando friamente, podemos dizer que os machos são conquistadores por natureza. Alguns animais exaltam suas belezas para atrair a atenção da fêmea. Em outras situações a conquista surge ao mesmo tempo em que o rival perde a vida durante a peleja, tudo em nome da continuidade da espécie. Então, pode-se dizer que o comportamento da maioria (sim, ainda existem poucas espécies decentes perambulando por aí) masculina teria fundamento cientifico? Talvez.
Costumo dizer que qualquer tipo de argumento possui três versões: a de quem fala, a de quem ouve e a verdade absoluta. E por mais inacreditável que possa parecer, a verdade absoluta mesmo nos padrões comportamento moderno, é a de que alguns homens (embora existam exceções cada vez menores) ainda sofrem pela amada. Nesses casos, creio numa equivalência de sentimentos referentes a rejeição: a mulher veste a roupa da “eu sou uma babaca” enquanto o cara carimba na testa um “eu sou otário”. Sofremos da mesma maneira pelo amor mal correspondido, ignorado, desprezado, desgraçado. Aí as diferenças voltam à tona: enquanto o homem reluta em assumir a dor, a mulher não esconde o sofrimento de ninguém. Sobre paixão, devemos ir com calma para não assustar a pessoa. Sabe aquela questão do “vou ver pra crer, mas sem criar muita expectativa”? Ela ainda é eficaz. Para ambos os sexos.
Temos medo da mulher independente. Pudera, durante séculos e séculos éramos os chefes de família. Elas dependiam de nós para comprar um pão. A revolução feminina é um fato relativamente recente, logo ainda vai demorar algum tempo para a ficha cair por completo na cabecinha dos marmanjos. Até lá, continuaremos com receio (inexplicável) da mulher que tem a carteira mais recheada que a nossa. Lembrando que algumas dondocas jogam isso na cara do sujeito…de fato, os papéis estão invertidos. Ou cada vez mais divertidos.
Homens e mulheres sentem de forma diferente. Quando falamos sobre sexo (embora existam exceções cada vez menores), as mulheres ainda apreciam o envolvimento sentimental. Até mesmo quando falamos sobre uma bela noite descompromissada, a mente feminina invariavelmente procura por alguém de confiança. Na cabeça masculina a coisa funciona de maneira mais simples. Homem liga sexo a pele, tesão, atração, e (de novo) necessidade da conquista. Mais “vitimas” conquistadas e manutenção da masculinidade continuará em alta.
O mesmo homem que reclama com a esposa sobre os gastos no salão de beleza, dos setecentos e oitenta cosméticos, maquiagens diversas e bugigangas estéticas no geral, são os mesmos que hoje começam a usar cremes antirrugas, barbas desenhadas e perfumes importados. Pelo menos no aspecto de vaidade, será que iremos chegar numa simetria?
O que querem os homens? Mulheres de verdade. Kit completo, com direito a TPM, cara feia, birra, teimosia, bico, inconstância hormonal (vulgo mau humor de dia, choro inexplicável a tarde e carinho a noite). Como podemos aturar uma pessoa assim? Além desses “defeitos de fábrica”, queremos uma mulher que também venha com altas doses de carinho, declarações (fazem bem para o ego, independente de sexo), cumplicidade, alegria, sinceridade e respeito. Só pra lembrar: esse último paragrafo foi escrito por um homem. De fato, os papéis estão invertidos. Ou cada vez mais divertidos.
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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