Por Renata Poskus Vaz
Olá, mulherões! Já fizemos várias matérias aqui no Blog Mulherão de como se tornar uma modelo plus size. Porém, muitas dúvidas ainda rondam as cabecinhas fofas de nossas leitoras. Então, tive a idéia de montar um guia com dicas e também com explicações sobre termos muito usados nos bastidores de confecções e lojas plus size e que uma modelo precisa entender, o “Quero ser modelo plus size”.
Hoje, vamos falar sobre peças piloto
Peça piloto é um prototipo de uma peça que será reproduzida em série. Ou seja, um modelo de uma roupa que é desenvolvido e que com base nele as confecções fabricarão outras peças para serem vendidas.
Como é idealizada a peça piloto
Primeiro, o estilista desenha a peça dos sonhos, pensando no estilo da grife e no tema daquela coleção. Muitos utilizam revistas estrangeiras como inspiração, ou viajam para fora do País buscando referências. Porém, nem sempre foi assim com as confecções plus size. Antes, as coleções não contavam uma história, não tinham um tema. Eram peças soltas, sem sentido, sem grande variação de cortes e estilos.
Depois da peça desenhada e aprovada (sim, porque quase sempre os donos das empresas acompanham todos os passos da elaboração da peça piloto e isso às vezes engessa a liberdade dos estilistas criarem e sugerirem novidades), ela passa para uma modelista. Modelista, hoje, é um profissional muito admirado e valorizado nas confecções plus size, quase tanto quanto o estilista, pois não há no mercado uma quantidade significativa de profissionais que dominem com perfeição a modelagem plus size (que é sim bem mais complicada do que a moda para magrinhas, que tem menos curvas).
Como é feita a modelagem da peça piloto?
Durante a modelagem (confecção da peça piloto), a modelista consegue transformar e adaptar o tecido às formas do corpo humano. E nem sempre o que a estilista coloca no papel cai bem quando esse teste é feito na prática. Às vezes recortes, pences, pregas e franzidos são necessários para que a peça tenha um melhor caimento no corpo. Muitas vezes o resultado não sai bom com um tecido e outros materiais são testados. A modelista se utiliza do papel ou do computador para criar o molde. Ela também pode usar o manequim ou uma pessoa que irá servir de modelo de prova.
Com a peça piloto pronta é possível definir:
Viu, não é tão fácil assim definir um modelo de roupa que vai para as lojas. Imagine produzir uma coleção inteira?
Modelo de prova
Como viram, a peça piloto demora muito tempo para ser idealizada, produzida e aprovada, até virar um protótipo para as outras peças que serão fabricadas. Neste processo, uma pessoa pode ser usada como modelo de prova, ajudando a modelista a verificar o caimento da peça no corpo. A modelo de prova não precisa ser linda e muito menos ter trabalhado já como modelo fotográfico. Ela precisa, apenas, ter um corpo proporcional e se manter nas medidas exigidas pela confecção. Não pode engordar e nem emagrecer, para que em uma coleção as peças não fiquem nem justas e nem largas demais comparadas às medidas da coleção anterior. A cliente vai achar que está engordando ou emagrecendo, quando na verdade a modelo de prova é que está alterando muito suas medidas e influenciando no tamanho das roupas que vão para as lojas.
As peças pilotos nos catálogos e nos desfiles
Uma coleção com 30 artigos, por exemplo, precisa de 30 peças piloto. E todas são feitas com base no mesmo manequim, então, a modelo de prova tem que ser a mesma. Cada grife escolhe o manequim que terá a sua peça piloto, um que ache mais fácil de trabalhar. E convenhamos, é mais fácil, mais rápido e mais barato trabalhar com manequins menores, do 44 ao 50.
Como as fotos para catálogos e os desfiles de moda de divulgação das peças acontecem antes das coleções serem produzidas, são usadas as peças piloto. E é por isso que vocês vem poucas modelos acima do manequim 50 nas passarelas e nos catálogos de moda.
Gostaram e entenderam? Tirem suas dúvidas!
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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