Por Renata Poskus Vaz
Bom dia, meninas. Nesta quinta-feira, proponho um exercício diferente para todas nós. Algumas vão até pensar que se trata de filosofia demais para um blog de moda, beleza e comportamento. É claro que todas queremos falar e ler coisas boas, alegres e que levantam nossa alto-astral, mas às vezes é necessário, assim como dizia um célebre trecho de uma música dos Titãs, pensar em “o que você faria se só te restasse um dia”. Isso mesmo! “Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria”.
Pensando nisso, também me coloquei a refletir que, muitas vezes, levo os meus dias com a certeza de que muitos outros virão. É aquela sensação de que temos todo o tempo do mundo para consertar erros, visitar parentes que amamos, mas que acabamos deixando de lado por causa da correria do dia-a-dia. É por conta dessa quase certeza de que muitos anos ainda virão que deixamos de pedir desculpas a quem magoamos, de nos declarar para quem amamos, de perdoar a quem nos tem ofendido… Opa, está parecendo conversa de igreja, não é mesmo? Mas é a pura realidade. Muitas vezes erramos (ou erram conosco) achando que amanhã ou depois tudo poderá ser “consertado”. Ok, ok…. Mas não somos nós que controlamos o tempo chamado VIDA.
Antes de ontem fui visitar meu avô, Vaitiekus Poskus, um lituano saradão de 82 anos, lúcido, inteligentíssimo, mas que já passou por 1 câncer de mama, 1 pancreatite, 1 câncer de pele, 1 enfarto, doenças vasculares e muitos outros pepinos mediciais próprios da idade. Cheguei lá e o velhinho havia ido cortar o cabelo, acompanhado de uma tia que, lembrando agora, fiquei de ligar para ela semana passada e esqueci. Na casa do meu avô, fiquei conversando com a empregada, vendo fotos antigas… Passou 1 hora, duas e nada dele voltar do cabeleireiro. Sabe o que fiz? Deixei um beijo por meio da empregada e fui embora. Entretanto, em nenhum momento me veio na cabeça a idéia de que meu vô, embora ativo, está praticamente fazendo hora extra aqui na Terra. E que aquele beijo que deixei por meio da empregada, se tivesse sido dado diretamente em seu rosto e acompanhado de um grande abraço, teria feito uma grande diferença para aquele homem que não vejo desde o início do ano, por “falta de tempo” (detalhe, ele mora há 20 minutos a pé da minha casa). E faria uma grande diferença para mim também!
Hoje, fico pensando que se, hipoteticamente, fosse meu último dia de vida, quanto rancor, mágoas e arrependimentos por coisas que fiz e deixei de fazer eu levaria comigo. Esta semana, já iniciei o exercício do “e se só me restasse um dia”. Conversei bastante com meu pai (ok, ok, foram 5 minutos, mas tratando-se de Sr. Roberto é praticamente uma eternidade). Também falei com minha irmã Barbara algumas coisas que achava necessário dizer, mostrei o quanto a amo e o quanto me orgulho da mulher linda que ela se tornou.
Mas neste exercício de “e se só me restasse um dia?”, esqueci de dizer às minhas amigas o quanto elas são especiais para mim, que eu adoraria que a Dani e a Keka continuassem cuidando do Mulherão e que nunca, nunca, permitam que ele fique cheio de banners xexelentos e demodés, repletos de propagandas… kkkkk (olha só o quanto sou materialista!). À minha família eu diria obrigada por tudo, ao Seu Toninho diria que ele não entende nada de chinelos novos e chinelos velhos, à Dea diria que conseguimos desmistificar a idéia de que pessoas com gênios completamente diferentes podem sim formar uma grande dupla. À minha amiga Mitiko eu diria que eu bem que avisei que a cirurgia de redução de intestino é uma furada (momento “praga de mãe pega” kkkkk).
Enfim, eu diria paratodos que fui feliz, entre tanto estresse, intolerância e exitações. E, para completar, comeria 6 pedaços de pizza portugueza do Ciccarino, com 1 litro de coca-cola e com uma torta de morango de sobremesa. Passaria um batom vermelho-periguete e assitiria pela última vez Diário de uma Paixão.
Agora, meninas, me digam uma coisa: “o que vocês fariam se só lhes restasse um dia?”
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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