Tem dias que a gente quer mais é beijar na boca, andar de mãos dadas, olhar no olho e dizer nada, ou dizer só amenidades, enquanto brinca de entrelaçar as mãos com o gato, mas se não dá pra fazer isso, às vezes por falta de gato, não se descabele, existem outras coisitas para fazer que não seja sentir o afago do bonitão (meninas, eu sei que é difícil algo superar os braços do moço te enlaçando pela cintura por trás enquanto a barba cerrada dele te acaricia a nuca, mas faz uma forcinha que sempre dá pra ser feliz de outras maneiras) :).
Nestes dias, fico olhando para o céu em busca de imagens desenhadas pelas nuvens e isso faz com que eu crie, por alguns instantes, um mundo novo, esquecendo que sempre ouvi que o mundo é cruel, que a vida às vezes nos judia, e que sempre vou ter que fazer um esforço homérico para realizar meus sonhos.
Olho para o calendário sem me assustar com aquela sensação de que o tempo está voando, porque na verdade o relógio continua marcando as exatas 24 horas de sempre, eu é quem sempre me deixei levar pelo destempero de querer fazer tudo o tempo todo, pensando que assim eu conseguiria alcançar a tal felicidade.
Vou me namorar, me curtir, brincar com meus cabelos, fazer maria-chiquinha, passar batom, colocar uma roupa de festa e um salto bem alto, exatamente como fazia quando era criança e queria ser grande, e assaltava, literalmente, o guarda-roupa de minha mãe quando ela não estava em casa. Nesses dias, eu sou mulher grande que brinca de ser criança pequena.
Então, faço uma panela de brigadeiro e como com colher enquanto bebo H2OH na taça de champagne que estava empoeirada dentro da cristaleira porque eu nunca tinha tempo para usá-la. Me jogo no sofá feito madame e no DVD Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão, que é para eu rir muito.
Nesses dias, desisto de querer mudar as coisas a minha volta e concentro essa energia em mim. Procuro viver sem neuroses, trabalhando meus sentimentos, pensamentos, pudores, buscando o novo, o inusitado, decidindo por mim mesma o caminho a seguir. Não posso dizer que determinadas escolhas, antes de vivenciá-las, sejam realmente as mais acertadas, mas posso alimentar minha síndrome de Pollyana e continuar achando que de qualquer forma, diante de qualquer escolha, sempre vai haver um lado bom que vai acrescentar coisas positivas em minha vida.
E como diz nosso colunista delicia Edu, a vida tem várias possibilidades, nenhuma mais certa ou errada, mas sim possibilidades, e não há nada de mal em experimentar o que ainda não vivemos.
Paulistana, criadora do Blog Mulherão. Jornalista, escritora, cronista, consultora de moda, modelo plus size, empresária, assessora para assuntos aleatórios, mulher com “m” maiúsculo, viciada em temas pertinentes ao universo feminino. Há um bom tempo gorda. Quase sem neuras. Eu disse quase, não se iludam!
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