16/03/2017 Sexo

É por gostar de transar que não transo

Quando me mostram uma bandeja de brigadeiro, se não posso comer mais de 1, prefiro ficar sem comer nenhum. Já está gravado em minha mente como perderei todos os sentidos saboreando aquela gostosura. Salivo imaginando o quanto adoçará minha boca quando prová-lo. E mesmo comendo aquela gostosura devagarinho, aproveitando cada milimetro de confeito granulado, sei que saborear 1 única vez não será o suficiente para me satisfazer eternamente. Quero mais. Degustar mais uma, duas, três vezes… Talvez mais um no outro dia e depois no outro. Não quero comer brigadeiro hoje, beijinho amanhã e quindim semana que vem. Se gosto de brigadeiro, quero comer só brigadeiro. Mas várias vezes, todos os dias. Pois quando a gente gosta, não quer variar, mas quer repetir. Insaciavelmente. Sempre. Pra sempre.

Compulsiva? Talvez. Mas com critérios. Não como brigadeiro de qualquer marca, em qualquer lugar, a qualquer hora. Tenho meu leite condensado predileto, o chocolate que o escurece é sempre o mesmo. O preparo na mesma panela, mexendo com a mesma colher. E se não encontrar qualquer um desses ingredientes por aí, não saio me rendendo a qualquer brigadeiro pronto, industrializado, que se vende em qualquer esquina. Prefiro ficar sem comer a comer qualquer um. Prefiro ficar sem comer, se tiver que comer 1 só.

Com sexo é a mesma coisa. E é por gostar de transar que não transo. Não quero uma transa só para experimentar. Se o sexo é bom quero repeti-lo inúmeras vezes com a mesma pessoa. Relembrá-lo e revivê-lo.  Se está claro, implícito que só transarei aquela fez e nunca mais, com aquela pessoa, prefiro não transar. Não quero sentir o cheiro da mistura da minha pele com a dele, o olho no olho, o beijo lento e molhado, o sussurro no ouvido e, depois, partir para outra. Parei de colecionar fodas. Perdeu a graça contar vantagens pelas transas descompromissadas, com hora marcada pra começar e terminar, com um qualquer. Não quero mudar José por João como se muda a preferência de brigadeiro para quindim. Fazendo de conta que é possível alguém no mundo gostar mais de quindim do que brigadeiro.

A gente sabe do que gosta. Não quero apenas uma vida de experimentar. Sexo não é amostra-grátis do que poderia ter sido e não foi, nem nunca será. Não quero variar o cardápio. Se for para ter uma transa meia boca, tô fora. Não transo. Fico só com minha panela de brigadeiro. Ah, que delícia de brigadeiro!

 

*Pai, se você está lendo este texto agora, é tudo mentirinha, tá? Sou virgem. Juro. 

 

 

 

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