02/06/2011 Bullying e Preconceito

Que queres tu de mim?

por Keka Demétrio e Eduardo Soares

 

O que querem as mulheres?

Acho que essa pergunta nasceu junto com a criação de Eva. Todo mundo pergunta o que querem as mulheres. E aparentemente não aparecem respostas concretas. Evidente que jamais irá aparecer.

Antes de sermos mulheres somos humanas, e isso já é o suficiente para que nada de concreto nos defina. Quando pré adolescentes vemos nosso corpo se modificar, os seios avolumarem-se,  começamos a sangrar uma vez a cada 30,  ou 28 ou 26 dias, depende do tempo do ciclo menstrual. Somos cobradas incessantemente para estarmos sempre impecáveis físicas, psicológica e espiritualmente. Porém, temos o poder de carregar em nosso ventre a continuação da espécie humana e mesmo assim ainda recebemos salários menores do que o dos homens, exercendo o mesmo cargo e, modéstia parte, muitas vezes com muito mais competência. Imaginem se resolvêssemos fazer uma greve de gestação. Sim, eu disse de gestação e não de sexo.

Diante da questão sem resposta, eu pergunto: O que querem os homens?

O que eles desejam quando dizem que nos amam e ao virarmos as costas eles vão dormir com a primeira que aparece? Ou então quando dizem que somos seu “tudo” e estão de olho no tudo da gostosa que tá passando ao lado. O que querem os homens quando dizem que vão estar ao nosso lado para o que der e vier e no exato momento em que começamos a ganhar mais que eles o relacionamento começa a degringolar?

Se falamos demais eles reclamam, se controlamos nossa vontade incontrolável de falar eles acham que estamos emburradas. Se vamos ao cabelereiro somos fúteis e gastamos dinheiro atoa, mas entre uma mulher com cabelos sedosos e bem arrumada, e outra toda mulambenta, eles, óbvio, querem as que exalam perfume por onde passam.

Então, torno a perguntar: o que querem os homens?

Analisando friamente, podemos dizer que os machos são conquistadores por natureza. Alguns animais exaltam suas belezas para atrair a atenção da fêmea. Em outras situações a conquista surge ao mesmo tempo em que o rival perde a vida durante a peleja, tudo em nome da continuidade da espécie. Então, pode-se dizer que o comportamento da maioria (sim, ainda existem poucas espécies decentes perambulando por aí) masculina teria fundamento cientifico? Talvez.

Costumo dizer que qualquer tipo de argumento possui três versões: a de quem fala, a de quem ouve e a verdade absoluta. E por mais inacreditável que possa parecer, a verdade absoluta mesmo nos padrões comportamento moderno, é a de que alguns homens (embora existam exceções cada vez menores) ainda sofrem pela amada. Nesses casos, creio numa equivalência de sentimentos referentes a rejeição:  a mulher veste a roupa da “eu sou uma babaca” enquanto o cara carimba na testa um “eu sou otário”. Sofremos da mesma maneira pelo amor mal correspondido, ignorado, desprezado, desgraçado. Aí as diferenças voltam à tona: enquanto o homem reluta em assumir a dor, a mulher não esconde o sofrimento de ninguém.  Sobre paixão, devemos ir com calma para não assustar a pessoa. Sabe aquela questão do “vou ver pra crer, mas sem criar muita expectativa”? Ela ainda é eficaz. Para ambos os sexos.

Temos medo da mulher independente. Pudera, durante séculos e séculos éramos os chefes de família. Elas dependiam de nós para comprar um pão. A revolução feminina é um fato relativamente recente, logo ainda vai demorar algum tempo para a ficha cair por completo na cabecinha dos marmanjos. Até lá, continuaremos com receio (inexplicável) da mulher que tem a carteira mais recheada que a nossa. Lembrando que algumas dondocas jogam isso na cara do sujeito…de fato, os papéis estão invertidos. Ou cada vez mais divertidos.

Homens e mulheres sentem de forma diferente. Quando falamos sobre sexo (embora existam exceções cada vez menores), as mulheres ainda apreciam o envolvimento sentimental. Até mesmo quando falamos sobre uma bela noite descompromissada, a mente feminina invariavelmente procura por alguém de confiança. Na cabeça masculina a coisa funciona de maneira mais simples. Homem liga sexo a pele, tesão, atração, e (de novo) necessidade da conquista. Mais “vitimas” conquistadas e manutenção da masculinidade continuará em alta.

O mesmo homem que reclama com a esposa sobre os gastos no salão de beleza, dos setecentos e oitenta cosméticos, maquiagens diversas e bugigangas estéticas no geral, são os mesmos que hoje começam a usar cremes antirrugas, barbas desenhadas e perfumes importados. Pelo menos no aspecto de vaidade, será que iremos chegar numa simetria?

O que querem os homens? Mulheres de verdade. Kit completo, com direito a TPM, cara feia, birra, teimosia, bico, inconstância hormonal (vulgo mau humor de dia, choro inexplicável a tarde e carinho a noite). Como podemos aturar uma pessoa assim? Além desses “defeitos de fábrica”, queremos uma mulher que também venha com altas doses de carinho, declarações (fazem bem para o ego, independente de sexo), cumplicidade, alegria, sinceridade e respeito.  Só pra lembrar: esse último paragrafo foi escrito por um homem. De fato, os papéis estão invertidos. Ou cada vez mais divertidos.

 

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